Aeroporto em Alcochete? Fica a mais de uma hora de Lisboa e não há como pagar, diz Pedro Marques
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Aeroporto em Alcochete? Fica a mais de uma hora de Lisboa e não há como pagar, diz Pedro Marques
Pedro Marques diz que um aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, em alternativa ao Montijo, ficaria a mais de uma hora de Lisboa, "quase em Coruche". "Não há como pagar e não tem consenso político".
AEROPORTO DE LISBOAAeroporto em Alcochete? Fica a mais de uma hora de Lisboa e não há como pagar, diz Pedro Marques
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Pedro Marques diz que um aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, em alternativa ao Montijo, ficaria a mais de uma hora de Lisboa, "quase em Coruche". "Não há como pagar e não tem consenso político".
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DIOGO VENTURA/OBSERVADOR
AutorAna Suspiro Email
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O ministro do Planeamento e Infraestruturas afastou a hipótese de utilizar o Campo de Tiro de Alcochete como solução para a expansão do Aeroporto de Lisboa. Confrontado no Parlamento com a decisão tomada em 2008 por um Governo socialista (de José Sócrates) de que esta seria a localização do novo aeroporto de Lisboa, Pedro Marques foi categórico: “Não temos recursos financeiros para financiar essa solução”, depois da receita com a privatização da ANA ter sido usada para abater a dívida pública, por decisão do Executivo PSD/CDS.
“Como se pagaria um aeroporto de raiz a mais de uma hora de transportes públicos de Lisboa?” Em resposta ao Partido Comunista, que é o principal defensor desta localização como alternativa ao aeroporto complementar do Montijo, o ministro afirmou que a localização no Campo de Tiro de Alcochete “é quase em Coruche”, concelho ribatejano que faz fronteira com o Alto Alentejo — o projeto para o Campo de Tiro Alcochete previa que o aeroporto ficasse nos concelhos de Benavente e Montijo, entre Coruche e Alcochete. Logo, “não é competitivo”. E se fosse feito, sublinhou Pedro Marques, “teria que ter um TGV (linha ferroviária de alta velocidade) e uma terceira travessia do Tejo”, infraestruturas previstas no Governo de José Sócrates. “E quando custa isso?”
Pedro Marques lembra que os estudos que sustentaram a viabilidade do Campo de Tiro de Alcochete contavam com a terceira travessia e o TGV nas acessibilidades para permitir a chegada em Lisboa em menos de meia hora.
O acordo feito entre o Governo e a ANA para construir o aeroporto complementar no Montijo antes do estudo de impacte ambiental foi o primeiro tema da audição de Pedro Marques, que deverá ser a última enquanto ministro do Planeamento e Infraestruturas, já que o seu nome é apontado para liderar as listas do PS às eleições europeias.
O ministro reafirmou que não haverá obras no Montijo antes da aprovação ambiental e admitiu que também no aeroporto Humberto Delgado serão feitos os estudos de impacte ambiental necessários, sem especificar quais. Apesar de ter a “humildade de aceitar a hipótese de que a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) tem toda a margem legal para se pronunciar”, Pedro Marques também afirma que “que não acredito porque já lá está um aeroporto (militar)”.
Foram as respostas ao deputado do Bloco de Esquerda, partido que quis ouvir o ministro sobre este tema. Heitor de Sousa considerou que o anúncio do acordo com a ANA em 8 de janeiro sem o estudo de impacte ambiental, nem a avaliação ambiental estratégica, foi um”foguetório” que desrespeita a Agência Portuguesa do Ambiente, e acusou o Governo de pressionar esta entidade com uma “palafernália” de anúncios. E o plano B?
Pedro Marques reafirma que o chumbo da opção Montijo”seria um grande problema porque a alternativa não tem consenso” e os dez anos que, do seu ponto de vista, demoraria a concretizar o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, implicariam a perda de 114 milhões de passageiros.
O ministro usou vários argumentos contra a solução do Campo de Tiro de Alcochete, a começar pela constatação de que “não há consenso político”, e foi por falta de consenso que se está a discutir e adiar a decisão sobre a solução há 50 anos, sublinhou várias vezes. Lembra que também defendeu essa opção no passado, mas agora:
Estou confrontado com a necessidade de pagar e essa solução não pode ser financiada por investimento público, nem por taxas. E tem um pequeno problema: não tem consenso político”. E se e quando o PSD voltasse ao Governo, deitava abaixo essa solução.
A falta de consenso político voltou ser o argumento usado para justificar a ausência da terceira travessia Chelas/Barreiro no Programa Nacional de Investimentos até 2030, em resposta a perguntas do Bloco e do PCP. “É óbvio hoje que não é consensual a realização de uma terceira travessia ferroviária ou rodo-ferroviária no rio Tejo”, remetendo para a reação do PSD e CDS. A opção, explicou foi avançar com investimentos consensuais.
No entanto, Pedro Marques não deu resposta aos que colocam o cenário de uma construção faseada no Campo de Tiro de Alcochete que, na primeira fase, poderia funcionar como aeroporto complementar à Portela, sem exigir um prazo de dez anos de execução. Esta alternativa à base aérea do Montijo, localização à qual são apontados problemas ambientais e ao nível de operação, foi defendida pelo deputado comunista Bruno Dias e também pelo antigo presidente do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) ao Observador.
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“Como se pagaria um aeroporto de raiz a mais de uma hora de transportes públicos de Lisboa?” Em resposta ao Partido Comunista, que é o principal defensor desta localização como alternativa ao aeroporto complementar do Montijo, o ministro afirmou que a localização no Campo de Tiro de Alcochete “é quase em Coruche”, concelho ribatejano que faz fronteira com o Alto Alentejo — o projeto para o Campo de Tiro Alcochete previa que o aeroporto ficasse nos concelhos de Benavente e Montijo, entre Coruche e Alcochete. Logo, “não é competitivo”. E se fosse feito, sublinhou Pedro Marques, “teria que ter um TGV (linha ferroviária de alta velocidade) e uma terceira travessia do Tejo”, infraestruturas previstas no Governo de José Sócrates. “E quando custa isso?”
Pedro Marques lembra que os estudos que sustentaram a viabilidade do Campo de Tiro de Alcochete contavam com a terceira travessia e o TGV nas acessibilidades para permitir a chegada em Lisboa em menos de meia hora.
O acordo feito entre o Governo e a ANA para construir o aeroporto complementar no Montijo antes do estudo de impacte ambiental foi o primeiro tema da audição de Pedro Marques, que deverá ser a última enquanto ministro do Planeamento e Infraestruturas, já que o seu nome é apontado para liderar as listas do PS às eleições europeias.
O ministro reafirmou que não haverá obras no Montijo antes da aprovação ambiental e admitiu que também no aeroporto Humberto Delgado serão feitos os estudos de impacte ambiental necessários, sem especificar quais. Apesar de ter a “humildade de aceitar a hipótese de que a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) tem toda a margem legal para se pronunciar”, Pedro Marques também afirma que “que não acredito porque já lá está um aeroporto (militar)”.
Foram as respostas ao deputado do Bloco de Esquerda, partido que quis ouvir o ministro sobre este tema. Heitor de Sousa considerou que o anúncio do acordo com a ANA em 8 de janeiro sem o estudo de impacte ambiental, nem a avaliação ambiental estratégica, foi um”foguetório” que desrespeita a Agência Portuguesa do Ambiente, e acusou o Governo de pressionar esta entidade com uma “palafernália” de anúncios. E o plano B?
Pedro Marques reafirma que o chumbo da opção Montijo”seria um grande problema porque a alternativa não tem consenso” e os dez anos que, do seu ponto de vista, demoraria a concretizar o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, implicariam a perda de 114 milhões de passageiros.
O ministro usou vários argumentos contra a solução do Campo de Tiro de Alcochete, a começar pela constatação de que “não há consenso político”, e foi por falta de consenso que se está a discutir e adiar a decisão sobre a solução há 50 anos, sublinhou várias vezes. Lembra que também defendeu essa opção no passado, mas agora:
Estou confrontado com a necessidade de pagar e essa solução não pode ser financiada por investimento público, nem por taxas. E tem um pequeno problema: não tem consenso político”. E se e quando o PSD voltasse ao Governo, deitava abaixo essa solução.
A falta de consenso político voltou ser o argumento usado para justificar a ausência da terceira travessia Chelas/Barreiro no Programa Nacional de Investimentos até 2030, em resposta a perguntas do Bloco e do PCP. “É óbvio hoje que não é consensual a realização de uma terceira travessia ferroviária ou rodo-ferroviária no rio Tejo”, remetendo para a reação do PSD e CDS. A opção, explicou foi avançar com investimentos consensuais.
No entanto, Pedro Marques não deu resposta aos que colocam o cenário de uma construção faseada no Campo de Tiro de Alcochete que, na primeira fase, poderia funcionar como aeroporto complementar à Portela, sem exigir um prazo de dez anos de execução. Esta alternativa à base aérea do Montijo, localização à qual são apontados problemas ambientais e ao nível de operação, foi defendida pelo deputado comunista Bruno Dias e também pelo antigo presidente do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) ao Observador.
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