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Vacinação: Oito mitos que estão a provocar o surgimento de doenças fatais

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Vacinação: Oito mitos que estão a provocar o surgimento de doenças fatais Empty Vacinação: Oito mitos que estão a provocar o surgimento de doenças fatais

Mensagem por Barão Vermelho Ter Fev 12, 2019 1:39 pm

No dia 7 de fevereiro, as autoridades de saúde das Filipinas anunciaram um aumento de 74% no número de casos de sarampo no primeiro mês de 2019, comparativamente ao mesmo período de 2018. Mas afinal, por que tantos indivíduos acreditam que as vacinas não são necessárias?
país asiático foi o mais recente a declarar um surto da doença, mas infelizmente não é o único como reporta a BBC News.
A infeção viral, altamente contagiosa, matou 111 mil pessoas no mundo em 2017, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Num relatório divulgado em novembro, a OMS falou em "complacência" e a proliferação de uma maior disseminação de informações falsas sobre vacinas, paralelamente com o colapso dos sistemas de saúde de vários países, como fatores por trás do aumento de 30% nos casos de sarampo no mundo entre 2016 e 2017.

"Casos relativamente esparsos (que um país possa registar hoje) podem rapidamente se tornar dezenas, centenas ou milhares sem a proteção dada pelas vacinas", alertou a organização.

As Américas, a Europa e o leste da região mediterrânea sofreram os piores episódios de surto - incluindo os Estados Unidos, que se tornaram bizarramente numa espécie de bastião do movimento anti-vacina, caracterizado pela persistência de mitos sobre as vacinas e a queda nos níveis de imunização a despeito das evidências científicas sobre os benefícios da imunização.

Veja, a seguir, 8 mitos sobre vacinação, divulgados pela BBC News, que contribuem para a desaceleração da cobertura vacinal no mundo e para o ressurgimento de doenças que poderiam ser facilmente evitadas.

1. 'Vacinas podem causar autismo'

A queda nos níveis de imunização em países ocidentais nas últimas décadas tem a sua origem, de forma mais ampla, numa polémica criada pelo cirurgião britânico Andrew Wakefield.

Num artigo publicado em 1997 no prestigiado periódico médico The Lancet, Wakefield argumentava que a vacina contra o sarampo, papeira e rubéola estaria por trás do aumento de casos de autismo entre crianças britânicas.

Uma série de estudos publicados desde então tem refutado a existência de uma relação de causa e efeito entre a vacina e o autismo - de lá para cá, a revista The Lancet acabou aliás por retirar o estudo dos seus arquivos e, em 2010, Wakefield viu a sua licença de médico cessada por fraude no Reino Unido.
2. 'O sistema imunitário das crianças não suporta tantas vacinas'

Há pelo menos 11 vacinas recomendadas para bebés e crianças de até 2 anos de idade. Alguns pais consideram esse número elevado e temem que a imunização na primeira infância sobrecarregue o sistema imunitário dos filhos.

Uma preocupação recorrente é o fato de que muitas vacinas funcionam inoculando vírus ou bactérias causadores de doenças no corpo, ainda que atenuados.

Nesses casos, contudo, os fabricantes usam versões modificadas dos micro-organismos para que estes não consigam desencadear os efeitos da doença no organismo - mas prepará-lo para reagir quando em contacto com o agente patogénico de fato.

"Recém-nascidos desenvolvem a capacidade de responder a antígenos (substâncias capazes de estimular uma resposta imunológica) ainda antes de virem ao mundo", escreveu o pediatra americano Paul A. Offit num dos mais conhecidos trabalhos de revisão de dados científicos disponíveis sobre a relação entre múltiplas vacinas e o sistema imunológico de crianças.

"Com apenas algumas horas de nascidos eles são capazes de estruturar uma resposta imunológica às vacinas."


3. 'Muitas doenças já estavam a desaparecer quando as vacinas surgiram'

A discussão aqui é a de que a melhoria das condições socioeconómicas, nomeadamente na nutrição e na infraestrutura de saneamento, por exemplo teriam sido tão eficientes para erradicar certas patologias, em detrimento do uso de vacinas.

É verdade que esses avanços estavam a contribuir para a redução das taxas de mortalidade de algumas doenças antes de as vacinas serem introduzidas. Mas a intensificação na trajetória de diminuição do contágio é um forte indicativo de que as vacinas tiveram papel importante na melhoria do quadro geral de saúde.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o total de mortes causadas por sarampo caiu de 5,3 mil em 1960 para 450 em 2012, de acordo com o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A primeira vacina contra sarampo surgiu em 1963.

Mas a imunização não apenas melhorou as taxas de sobrevivência: também contribuiu para a redução dramática no número de casos da doença nos 5 anos após o surgimento da vacina, de 1963 a 1968.

4. 'A maioria das pessoas que adoece foi vacinada'
Adeptos do movimento anti-vacina usam esse como um dos argumentos contra a imunização.

Nenhuma vacina é 100% eficaz e a OMS afirma que a maioria das rotinas de imunização infantil funciona para 85% a 95% dos recipientes.

Cada pessoa reage de uma forma particular, o que significa que nem todos entre aqueles que foram vacinados desenvolverão imunidade à doença.

Mas a razão pela qual mais pessoas vacinadas adoecem em comparação àquelas que não foram imunizadas se deve ao simples fato de que elas são a maioria.

Pessoas não vacinadas, na verdade, costumam adoecer com maior frequência.

5. 'As vacinas são um grande negócio para a indústria farmacêutica'
O economista especializado em saúde da OMS Miloud Kadar estima que o mercado global de vacinas valia 24 bilhões de euros em 2013 - menos de 3% do valor total do mercado farmacêutico naquele mesmo ano.

6. 'No meu país a doença está praticamente irradicada, então não preciso de me vacinar'

Ainda que a vacinação tenha reduzido a incidência de doenças evitáveis em vários países, isso não significa que elas estejam completamente sob controle.

Algumas delas são mais prevalecentes em alguns lugares e até endémicas em partes do globo, sendo de fácil propagação devido ao processo de globalização e à disseminação das viagens de avião.

Casos de sarampo na Europa triplicaram entre 2017 e 2018 e chegaram a quase 83 mil - o maior número nesta década.

7. 'Vacinas contêm toxinas perigosas'
Outra preocupação dos pais que se sentem inseguros em relação a vacinar os filhos é o uso de substâncias como formaldeídos, mercúrio e alumínio na produção das vacinas.

Se consumidas em determinado nível, essas substâncias fazem mal à saúde - não, porém, na quantidade presente nas vacinas.

8. 'As vacinas são uma conspiração'

A crença de que as vacinas são parte de um plano para atacar populações civis ainda persiste.

No norte da Nigéria, a luta contra a poliomielite é prejudicada pela crença de que a imunização poderia causar infertilidade em jovens mulheres e disseminar VIH. Aliás, ataques contra profissionais de saúde não são incomuns no país.
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