Eleições Europeias: principais grupos centristas vão perder lugares para as margens anti-europeístas

Projeção do Parlamento Europeu indica que os dois principais grupos de centro-direita e centro-esquerda (PPE e S&D) deverão perder 85 mandatos nas eleições de maio. Em sentido inverso, os movimentos anti-europeístas (de Le Pen e Salvini, entre outros) poderão conquistar 14% dos lugares.
O Parlamento Europeu divulgou ontem uma projeção sobre a distribuição de mandatos na próxima legislatura, baseada em sondagens nacionais realizadas até ao início de fevereiro. De acordo com os dados apurados, os dois principais grupos políticos (Partido Popular Europeu e Socialistas & Democratas) deverão manter a primazia, embora perdendo lugares, sobretudo para os movimentos eurocéticos ou mesmo anti-europeístas.
O Partido Popular Europeu (PPE), no qual se integram o PSD e o CDS-PP, está claramente na liderança das intenções de voto. A confirmar-se esta projeção, o PPP conquistará 183 mandatos, perdendo 34 em relação à sua bancada atual de 217 eurodeputados. Quanto ao grupo dos Socialistas & Democratas (S&D), do qual faz parte o PS, mantém a vice-liderança das intenções de voto. Segundo a projeção, o grupo S&D vai obter 135 mandatos, perdendo 51 em relação à sua bancada atual de 186 eurodeputados.
Para estas perdas tão acentuadas dos dois maiores grupos políticos contribui a redução global do número de mandatos em disputa. Com o Reino Unido na porta de saída da União Europeia, o Parlamento Europeu passará a ser composto por 705 eurodeputados, em vez dos atuais 751 (apesar dessa redução global, Portugal mantém o direito a eleger 21 eurodeputados).
Logo a seguir ao PPE e ao S&D surge a Aliança dos Liberais e Democratas da Europa (ALDE), com uma projeção de 75 eurodeputados (mais sete do que os atuais 68 mandatos). O quarto mais representado no Parlamento Europeu será o grupo Europa das Nações e das Liberdades (ENF), com uma projeção de 59 mandatos (mais 22 do que os atuais 37 mandatos). Trata-se do movimento formado pela União Nacional (França) de Marine Le Pen e pela Liga (Itália) de Matteo Salvini.
Além do ENF, o bloco anti-europeísta também conta com o grupo Europa da Liberdade e da Democracia Direta (EFDD), no qual se destacam o Movimento 5 Estrelas (Itália) e a Alternativa para a Alemanha (AfD). A projeção aponta para 43 mandatos do EFDD, mais dois do que os atuais 41 mandatos, resistindo assim ao eclipse do britânico UKIP. Estes dois grupos antieuropeístas (ENF e EFDD), formados por movimentos populistas e de extrema-direita, juntos, poderão ficar com cerca de 14% dos lugares no Parlamento Europeu.
A perda de lugares dos dois principais grupos, PPE e S&D, poderá resultar na necessidade dos votos de três grupos para formar uma maioria pró-europeísta no Parlamento Europeu. Ou seja, o tradicional predomínio dos maiores grupos de centro-direita e centro-esquerda vai sofrer um grande desgaste nas próximas eleições, se a projeção se confirmar. Para assegurarem uma maioria simples de votos (50% mais um) no Parlamento Europeu, a partir de maio, o PPE e o S&D vão precisar do apoio de um terceiro grupo. Nesse sentido, a posição do ALDE poderá tornar-se essencial.

O mundo esta a mudar, e depois da ultima recessão o pessoal aprendeu que os centros não teem respostas estão comprados... Embora eu pessoalmente seja um EU convicto, não gostaria de ver o projecto europeu ruir ou Portugal fora da EU, por isso eu não estou com aqueles que são anti EU.

14% da População da UE.
Pelas minhas contas são 70 milhões!!! Muito BOM!

Mário Machado escreveu:14% da População da UE.
Pelas minhas contas são 70 milhões!!! Muito BOM!

São exactamente 71.763.496, pela ultima contagem feita.