Como já temos pouca porcaria cá...
Página 1 de 1
Como já temos pouca porcaria cá...
https://www.timeout.pt/lisboa/pt/noticias/pixa-bixa-a-street-art-queer-que-chegou-para-provocar-lisboa-011719?fbclid=IwAR1fhEe6JTGitvFowpmZjNXgyugjy18pTYDydiO projecto Pixa Bixa começa a invadir as paredes de Lisboa com frases provocadoras e uma “arte de rua poc”, como lhe chamam. Os autores não se querem identificar, mas aceitaram responder às nossas perguntas . Com sotaque do Brasil.
Como surgiu o Pixa Bixa?
Surgiu em Novembro a partir de uma inquietação artística provocada pela ausência de trabalhos mais voltados para a temática queer nas ruas de Lisboa. Como artistas de práticas diversas, tivemos a ideia de usar as nossas experimentações para propor um discurso provocativo que utilizasse esta temática como ponto de partida.
O que querem com o projecto?
É uma tentativa de provocar a cidade de Lisboa com aquilo que criamos e com o que nos inquieta enquanto homossexuais curiosos. Fazemos o que pode ser considerado uma “arte de rua poc”.
Poc?
É “poc” mesmo, e não pop, uma gíria utilizada no Brasil para se referir ao universo das “bixas”. Usamos adesivos [autocolantes], cartazes, stencils e stickers para criticar as normatividades sociais e fazer do “discurso veado” algo comum. Queremos que o universo queer ganhe espaço noutros lugares do quotidiano das pessoas e por isso desejamos quebrar estereótipos de artistas que fazem arte na rua.
Em quem se inspiraram?
Na cena da arte urbana internacional há vários artistas a explorar a temática queer: o brasileiro Suriani, o italiano Aloha Oe e o português Vampiralho, por exemplo. Depois, personalidades queer no mundo artístico pop, a [cantora] Liniker, a [cantora] Linn Da Quebrada e também no cenário do activismo [personalidades como] a Erica Malunguinho, a primeira deputada trans a ser eleita em São Paulo. Por último, a gente tem procurado inspiração nas nossas próprias questões enquanto artistas queer, nas dificuldades em afirmar uma identidade ainda pouco entendida e pouco reconhecida.
O que significa Pixa Bixa?
Quando começámos, no início do mês de Dezembro de 2018, colando stickers pela cidade, criámos um nome em forma de um imperativo. É um grito do tipo: “Vai, cola sua arte”! “Pixa, Bixa!”. Depois dos stickers, criámos cartazes.
Qual foi o primeiro?
O primeiro foi um pequeno cartaz em que questionávamos o mito do chamado “hetero gay”. A pergunta “Você pensa em mim quando fode com ela?” serve para chamar a atenção sobre as relações ocultas que existem entre homens cis casados com mulheres cis que também mantêm relações homoafetivas com outros homens. Foi colado nas imediações do Jardim da Estrela.
O que querem dizer os outros cartazes?
Criámos um com a frase “Só por que você quer me comer, não quer dizer que você é gay” para chamar a atenção para a questão da masculinidade tóxica que proíbe o homem de demonstrar qualquer tipo de afecto a uma pessoa do mesmo sexo. Foi inspirada nos balneários de um ginásio, um ambiente de controlo extremo no qual os homens limitam os seus olhares (...) para não colocar em risco a sua posição de macho heterossexual. Depois criámos três cartazes maiores com a temática drag queen e transgénero [um deles inspirado em Liniker, a ‘queen tropical’].
O projecto é anónimo mas o que nos podem dizer mais sobre vocês além de “bixas que pixam”, como se apresentam no perfil do instagram do Pixa Bixa?
Somos dois homens gays que vivenciam a sexualidade de maneira singular e independente e que querem fazer da arquitectura da cidade o seu laboratório de experimentação. Somos pessoas que têm interesse na arte urbana porque ela é pública, efémera e comunica de uma forma muito directa. Essa característica pública atrai-nos muito porque um dos desafios de grande parte das pessoas queer é terem de se assumir como tal, ou seja, termos de tornar público o que somos.
Onde podemos encontrar e acompanhar o vosso trabalho?
Os stickers estão espalhados por vários lugares de Lisboa. Já os cartazes maiores podem ser vistos na Rua de Campo de Ourique, na Avenida Infante Santo e na Rua Vieira da Silva, em Alcântara. Além de acompanhar nas ruas, podem saber mais através da nossa conta no instagram @ pixabixa_lx.
Que planos de queer activism têm para a cidade nos próximos tempos?
A gente quer ver mais bixas pixando, mais “arte poc” espalhada pela cidade a respeito da comunidade LGBTQI, usando a provocação que a arte urbana pode gerar. Queremos continuar a explorar estas temáticas e contribuir para que as ruas de Lisboa recebam mais representações de pessoas queer.
Como surgiu o Pixa Bixa?
Surgiu em Novembro a partir de uma inquietação artística provocada pela ausência de trabalhos mais voltados para a temática queer nas ruas de Lisboa. Como artistas de práticas diversas, tivemos a ideia de usar as nossas experimentações para propor um discurso provocativo que utilizasse esta temática como ponto de partida.
O que querem com o projecto?
É uma tentativa de provocar a cidade de Lisboa com aquilo que criamos e com o que nos inquieta enquanto homossexuais curiosos. Fazemos o que pode ser considerado uma “arte de rua poc”.
Poc?
É “poc” mesmo, e não pop, uma gíria utilizada no Brasil para se referir ao universo das “bixas”. Usamos adesivos [autocolantes], cartazes, stencils e stickers para criticar as normatividades sociais e fazer do “discurso veado” algo comum. Queremos que o universo queer ganhe espaço noutros lugares do quotidiano das pessoas e por isso desejamos quebrar estereótipos de artistas que fazem arte na rua.
Em quem se inspiraram?
Na cena da arte urbana internacional há vários artistas a explorar a temática queer: o brasileiro Suriani, o italiano Aloha Oe e o português Vampiralho, por exemplo. Depois, personalidades queer no mundo artístico pop, a [cantora] Liniker, a [cantora] Linn Da Quebrada e também no cenário do activismo [personalidades como] a Erica Malunguinho, a primeira deputada trans a ser eleita em São Paulo. Por último, a gente tem procurado inspiração nas nossas próprias questões enquanto artistas queer, nas dificuldades em afirmar uma identidade ainda pouco entendida e pouco reconhecida.
O que significa Pixa Bixa?
Quando começámos, no início do mês de Dezembro de 2018, colando stickers pela cidade, criámos um nome em forma de um imperativo. É um grito do tipo: “Vai, cola sua arte”! “Pixa, Bixa!”. Depois dos stickers, criámos cartazes.
Qual foi o primeiro?
O primeiro foi um pequeno cartaz em que questionávamos o mito do chamado “hetero gay”. A pergunta “Você pensa em mim quando fode com ela?” serve para chamar a atenção sobre as relações ocultas que existem entre homens cis casados com mulheres cis que também mantêm relações homoafetivas com outros homens. Foi colado nas imediações do Jardim da Estrela.
O que querem dizer os outros cartazes?
Criámos um com a frase “Só por que você quer me comer, não quer dizer que você é gay” para chamar a atenção para a questão da masculinidade tóxica que proíbe o homem de demonstrar qualquer tipo de afecto a uma pessoa do mesmo sexo. Foi inspirada nos balneários de um ginásio, um ambiente de controlo extremo no qual os homens limitam os seus olhares (...) para não colocar em risco a sua posição de macho heterossexual. Depois criámos três cartazes maiores com a temática drag queen e transgénero [um deles inspirado em Liniker, a ‘queen tropical’].
O projecto é anónimo mas o que nos podem dizer mais sobre vocês além de “bixas que pixam”, como se apresentam no perfil do instagram do Pixa Bixa?
Somos dois homens gays que vivenciam a sexualidade de maneira singular e independente e que querem fazer da arquitectura da cidade o seu laboratório de experimentação. Somos pessoas que têm interesse na arte urbana porque ela é pública, efémera e comunica de uma forma muito directa. Essa característica pública atrai-nos muito porque um dos desafios de grande parte das pessoas queer é terem de se assumir como tal, ou seja, termos de tornar público o que somos.
Onde podemos encontrar e acompanhar o vosso trabalho?
Os stickers estão espalhados por vários lugares de Lisboa. Já os cartazes maiores podem ser vistos na Rua de Campo de Ourique, na Avenida Infante Santo e na Rua Vieira da Silva, em Alcântara. Além de acompanhar nas ruas, podem saber mais através da nossa conta no instagram @ pixabixa_lx.
Que planos de queer activism têm para a cidade nos próximos tempos?
A gente quer ver mais bixas pixando, mais “arte poc” espalhada pela cidade a respeito da comunidade LGBTQI, usando a provocação que a arte urbana pode gerar. Queremos continuar a explorar estas temáticas e contribuir para que as ruas de Lisboa recebam mais representações de pessoas queer.
Pedro Antunes- Simply the best
- Mensagens : 505
Pontos : 614
Reputação : 51
Data de inscrição : 13/01/2019
Localização : lisboa
Tópicos semelhantes
» A pouca vergonha no IASFA
» O fim da Internet como a conhecemos!
» "Em Portugal temos um problema, vivemos numa ditadura de Esquerda"
» Duas perguntas, quem foi Álvaro Cunhal? e, o que temos nos a ver com com Cuba?
» Como apedrejar a tua mulher
» O fim da Internet como a conhecemos!
» "Em Portugal temos um problema, vivemos numa ditadura de Esquerda"
» Duas perguntas, quem foi Álvaro Cunhal? e, o que temos nos a ver com com Cuba?
» Como apedrejar a tua mulher
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos