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Leonor Antunes: "Se fosse um governo do PSD ou do CDS não aceitaria" representar Portugal

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Mensagem por Barão Vermelho Qui Mar 14, 2019 9:50 pm

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Temos um Governo fantástico", diz Leonor Antunes, a artista que vai representar Portugal na Bienal de Veneza, em maio.
uando foi desafiada pelo curador João Ribas a apresentar um projeto para a participação portuguesa na Bienal de Veneza, a artista Leonor Antunes questionou-se muito sobre o que seria isso de representar um país: "É triste ver como alguns países estão a tornar-se regimes fascistas. Portugal vive uma situação fora do normal, temos um Governo fantástico e queria saudar isso. Se tivéssemos um Governo extremista nunca teria aceite", afirmou a artista na apresentação pública do seu projeto, esta quarta-feira em Lisboa, deixando ainda mais claro: "Se fosse um governo do PSD ou do CDS não aceitaria, porque esses partidos defendem valores em que eu não acredito. Eu defendo os valores da esquerda. Eu estou a representar o meu trabalho, a mim própria, mas também represento Portugal, e defendo o Governo que existe no país." A verdade, esclareceu, é que não é só a artista Leonor Antunes que representa Portugal, é também o país que a representa a ela, por isso, na sua opinião, é indispensável que haja um alinhamento ideológico.
Esta foi a primeira vez que a representação portuguesa na Bienal de Veneza foi decidida por concurso, um facto sublinhado pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, e pelo novo diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, que apareceu no seu primeiro ato público. Embora haja ainda pormenores a serem afinados, este será o modelo a seguir em futuras representações, garantiram os responsáveis.

Leonor Antunes, artista de 46 anos radicada em Berlim desde 2004, irá, portanto, representar Portugal na 58ª Bienal de Arte de Veneza, que se realiza entre 11 de maio e 24 de novembro naquela cidade italiana, com curadoria do britânico Ralph Rugoff, diretor da Hayward Gallery, em Londres, e tem como tema "Tempos Interessantes". O Pavilhão de Portugal será instalado no Palazzo Giustinian Lolan, datado do século XVII e atualmente propriedade da Fondazione Ugo e Olga Levi. Será aí que Antunes irá expor A seam, a surface, a hinge or a knot (que se poderá traduzir como "Uma costura, uma cicatriz, uma dobradiça ou um nó") - o título é uma citação da historiadora Briony Fer.
Leonor Antunes ressalvou, no entanto, que não vê a sua participação na Bienal de Veneza como representante portuguesa como um momento de consagração nem antevê que lhe traga mudanças no seu percurso como artista, uma vez que vive "um bom momento" na sua carreira: "As pessoas irão a Veneza ver a exposição da Leonor Antunes e não o Pavilhão de Portugal, as pessoas vão ver os artistas que estão lá". Além disso, sublinhou que o projeto não é nacionalista, mas internacional: "Não me vejo como uma artista portuguesa. Sou uma artista que, por acaso, nasceu aqui [em Portugal], mas o nosso público é internacional".

Um palácio para Leonor Antunes
O Palazzo Giustinian Lolin "é um espaço muito difícil, não é muito propício a uma exposição de arte contemporânea", queixou-se a artista, cujo trabalho é geralmente site specific, ou seja, pensado em função do espaço e em colaboração com este. Antes de lá colocar as suas esculturas, Antunes vai "retirar" todas as marcas da decoração, ocultando as pinturas que existem nas paredes, retirando cortinas, desinstalando radiadores, candelabros e outros candeeiros que lá existam. "Decidi abrir as janelas e deixar que a luz natural varresse as salas, isso é muito importante para mim e, além disso, permite uma relação com a cidade de Veneza", explicou.
Outra dificuldade é que, sendo um palácio, não poderá perfurar paredes nem tetos e terá de haver um cuidado extremo para não deixar marcas no espaço. "O meu trabalho costuma ter um sentido de verticalidade e gosto de suspender peças no teto, mas neste espaço eu não posso fazer isso", disse. Teve, portanto, que encontrar alternativas para instalar os elementos verticais da sua obra.

Das várias salas do palácio, Leonor Antunes vai ocupar apenas três no piso nobre e um "androne" (entrada) no piso inferior: "Pareceu-me interessante porque é um espaço semi-privado", que dá acesso à fundação e ao hotel que ali funciona, pelo que será também uma maneira de pôr os vários visitantes em contacto com a obra da artista e, quem sabe, despertar-lhe a curiosidade para visitarem o resto da exposição.

Veneza: moderna e antiga
Esta exposição, explica o curador João Ribas, "reflete a pesquisa de Antunes sobre o trabalho de figuras importantes no contexto da arquitetura da cidade de Veneza, como Carlo Scarpa, Franco Albini e Franca Helg e, mais recentemente, os legados de Savina Masieri e Egle Trincanato, que foram particularmente ativas na Veneza do Pós-guerra". E acrescenta: "Tanto Savina, como Trincanato tiveram um papel fundamental na formação de uma aceção de Veneza como cidade "moderna", através de desenhos de exposições, arquitetura e trabalho histórico. Antunes está interessada em como as tradições artesanais de várias culturas se cruzam dentro dessa história de género."
Na sua intervenção, a ministra da Cultura sublinhou que nos últimos 20 anos, em dez bienais, esta é apenas a quarta artista a representar Portugal em Veneza: para além de Leonor Antunes, as outras mulheres foram Helena Almeida, Ângela Ferreira e Joana Vasconcelos. Se recuarmos até ao 25 de abril de 1974 encontramos apenas mais duas mulheres: Ilda David e Ana Hatherly. E se recuarmos até aos anos de 1950 encontramos só Maria Helena Vieira da Silva. "Este é um dado que importa sublinhar, para refletirmos o que sido a visibilidade e a invisibilidade das mulheres na arte portuguesa".

O ministério de Graça Fonseca está a preparar medidas para combater essa invisibilidade, em parceria com outras instituições, nomeadamente com o Plano Nacional das Artes : "Temos de resgatar as mulheres artistas não para afirmar o género mas para corrigir as assimetrias artísticas que existem por causa do género".
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Leonor Antunes: "Se fosse um governo do PSD ou do CDS não aceitaria" representar Portugal Empty Re: Leonor Antunes: "Se fosse um governo do PSD ou do CDS não aceitaria" representar Portugal

Mensagem por Barão Vermelho Qui Mar 14, 2019 9:54 pm

Julgo que está senhora não está muito bem da cabeça . . . gostaria de saber o que lhe foi prometido ou oferecido de comissão para dizer tamanhas barbaridades. isto não é só a sua ideologia política a falar .
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