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Se o Norte fosse um país seria o quarto mais pobre da União Europeia

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Mensagem por Barão Vermelho Ter Mar 19, 2019 3:37 pm

Bulgária, Croácia, Roménia e, depois, o Norte. Se fosse um país, o Norte seria o quarto mais pobre da Europa.

Freire de Sousa e Miguel Alves, presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte e do Conselho Regional do Norte, falam no "paradoxo" da região, que continua entre as mais desfavorecidas do continente, apesar de ser o motor da recuperação económica do país. A manutenção desta dicotomia exige que se reflita sobre a concretização da regionalização.
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Em 2017, de todas as regiões portuguesas, só os Açores conseguiram voltar aos níveis de riqueza registados no ano 2000. Todas as outras estão abaixo da média da União Europeia, comparando com o início do milénio. E se virmos os dados até ao ano 2009, quando a crise se sentiu em toda a força, só as duas regiões autónomas estavam a ganhar terreno face aos outros países comunitários.

A liderar recuperação

Os dados do Eurostat medem o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, ponderado ao poder de compra existente em cada país.

Nessa medida, o Norte chegou a 31 de dezembro de 2017 com 65% da média e o Centro com 67% - em ambos os casos, abaixo dos valores do início do milénio. Também o Alentejo (72%), a Madeira (73%) e o Algarve (83%) não voltaram aos valores do ano 2000. A grande queda foi sentida por Lisboa. Em 2000, contava com 120% e desceu para o nível médio de riqueza da União Europeia (que é de 100%) no final de 2017. O PIB per capita do Norte mostra que, caso fosse um país europeu, seria o quarto mais pobre.

"É o paradoxo do Norte que merece uma reflexão séria", sublinha Miguel Alves, tendo em conta que é a região do país que mais tem contribuído para o crescimento económico após a saída da troika. O autarca lembra os "bons números das exportações" e o facto de o Norte ser a região de Portugal Continental onde foi criado mais emprego.

Ao longo dos anos desde as crises no pós-25 Abril e no pós-intervenção do Fundo Monetário Internacional nos anos 80 até à crise no pós-troika, "todo o processo de recuperação da economia portuguesa tem sido feito com base no Norte", atenta Freire de Sousa. A dúvida do atual líder da CCDR Norte é como se resolve o "paradoxo" da região, convicto de que o problema está ao nível da gestão política e na forma como as instituições convergem para o alcance dos objetivos.

"Pessoalmente, acho que nos leva à necessidade de encontrar uma instância intermédia. Leva-nos à regionalização. O problema do país não se resolve só com a dimensão municipal muito local e com a dimensão nacional. Vinte anos após o referendo da regionalização, já comprovamos que não fomos capazes de inverter esta situação", considera Freire de Sousa. Por isso, desafia os partidos, sobretudo os de "maior referência no país", a comprometerem-se a discutir a regionalização na próxima legislatura.

Coragem política

Se não está nos respetivos programas do Governo, então coloquem-nos, perspetivando as eleições legislativas que decorrerão em outubro, alerta Freire de Sousa. "Ou é agora ou começar a descrer que algum dia haja coragem política para fazer esta mudança necessária", acrescenta. O presidente do Conselho Regional do Norte, Miguel Alves, reivindica, ao lado de dezenas de autarcas da região, que a regionalização seja feita na próxima legislatura. Já a convicção do líder da CCDR Norte é de que os diplomas legais do Governo para o reforço das competências das comissões de coordenação através da eleição indireta dos presidentes pelos autarcas e a eleição direta dos presidentes das áreas metropolitanas não substituirão a necessidade de regionalizar.

Portugal a crescer menos do que Letónia e Hungria

As informações do Eurostat que medem o Produto Interno Bruto per capita, ponderado ao poder de compra existente em cada país, revelam também a posição do conjunto da economia portuguesa. Portugal que, no ano 2000, se situava nos 83% da média comunitária, desceu para 77% em 2017 - valor que se mantém estável desde 2014.

O Eurostat ainda não divulgou este dado para o ano de 2018, mas o ritmo de crescimento da economia no último trimestre (sem ponderar pela população nem pelo poder de compra) foi de 1,7%, comparando com a mesma altura do ano anterior.

Esse número está acima da média comunitária de 1,4% e muito acima dos 0,6% da Alemanha, o que levou o primeiro-ministro, António Costa, a destacar que Portugal se está a aproximar da Europa.

Todavia, os países que acompanham Portugal no pelotão mais pobre estão a crescer muito mais, inclusive a Roménia (4%), a Polónia (4,6%), a Hungria (4,8%) e a Letónia (5,5%). Ou seja, se este ritmo se mantiver, Portugal pode descer do atual 9.º lugar, a contar de baixo.

Luxemburgo - 251%

1.º lugar Quando se mede a riqueza produzida, dividindo pelo número de habitantes e ponderando pelo poder de compra, vê-se que o Luxemburgo é o líder europeu.
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